Este não é um dos jogos mais esperados para este presente ano, este sim, é o jogo mais esperado do ano para a indústria de videojogos à escala mundial. Se tiverem ainda dúvidas, o seu antecessor (Modern Warfare) vendeu nada mais nada menos que 14 milhões de cópias em todo mundo e esta segunda edição vendeu nos seus primeiros dias 7 milhões em todo mundo, batendo o recorde de GTA IV que vendeu seis milhões na sua primeira semana. Este sim, é o jogo, este sim, é uma obra de arte para todos os amantes de FPS e principalmente para aqueles que devoram guerras modernas, presentes ainda na nossa actualidade e que nunca irão acabar. Prova disso, são as recentes guerras no Iraque e Afeganistão, onde grande parte da inspiração é trazida pela pela Infinity Ward, produtora de Modern Warfare 2.
Entrar neste mundo virtual não é para todo o tipo de jogador. Nesta edição existem missões nada agradáveis a um jogador comum. Por exemplo, vamos ter a cargo uma aventura em que nos iremos infiltrar e aceitar ordens de um temível terrorista. O objectivo é matar tudo e todos presentes no aeroporto em plena Rússia por puro prazer. Isso sim, é brutal e sensível a todos. Mas o meu objectivo não é revelar o fio da história, mas sim, analisar este título tecnicamente e colocar-vos a par de todas as novidades.
Assumo que a Infinity Ward mudou o modo de jogar em relação a um FPS. Modern Warfare levantou a fasquia tão alto, que durante dois anos, o seu título foi o mais jogado online para ambas as plataformas da nova geração, Xbox 360 através do seu sistema online, a rede Xbox Live como para a Playstation 3 na PSN. A adesão foi tão grande que a concorrência não teve qualquer hipótese de colocar algo semelhante, muito menos, algo melhor. Prova disso é que grande parte das editoras viram-se na obrigação de lançar os seus títulos para o primeiro trimestre de 2010. Guerra moderna já de si é apelativa, se juntarmos uma jogabilidade fácil e motivante, aliada a cenários esplêndidos, armas reais e uma mecânica muito bem trabalhada, então o sucesso é garantido. E isso meus senhores e minhas senhoras, Modern Warfare 2 traz-nos muito mais, acreditem, muito mais mesmo.
Vamos ter disponíveis três momentos distintos. Se muitos esperam por um online perfeito, outros preferem algo solitário como por exemplo a campanha. Mas há mais… Agora temos uma novidade intitulada como Special Ops, uma inovação bem empregue e que nos dará certamente mais umas longas horas de diversão. Sim, pois nunca se esqueçam, Modern Warfare 2 é diversão e todos, sem excepção, têm obrigatoriamente que o considerar como ficção e nunca como uma realidade. Certo é que as novidades aparecem logo no primeiro ecrã de jogo, mas cada uma a seu tempo.
Começando com a campanha, aproveito desde já para vos dizer que é curtinha, mas intensa. Em apenas seis horas poderão ver os seus créditos, mas para a dificuldade máxima contem com umas oito horas, dependendo sempre da vossa jogabilidade e intuição.
O argumento começa com alguns pormenores da edição anterior, mas o fio à meada perde-se a meio. Achei um pouco confusa esta ligação, mas nada que não nos atrapalhe. Certo é que a Rússia está dominada por um terrorista cujo nome é Makarov e o nosso grande objectivo é a sua captura. Mas para isso temos que suar muito ou melhor, gastar muita bala. A sua captura não será fácil e como qualquer organização existem certos indivíduos que trabalham sob a alçada do verdadeiro líder. E é nesse capítulo que iremos viajar por todos os cantos do mundo. Sejam no calor tórrido do Afeganistão, passando pela neve no Cazaquistão, enfrentando bravas batalhas em Washington DC (USA) acabando nas favelas do Rio de Janeiro (Brasil). Podem acreditar, mas em cada cenário o ambiente de guerra é simplesmente brutal e a tensão é levada ao limite. A nossa fuga na base do Cazaquistão em plena neve ou na favela em pleno labirinto, fez como que eu colocasse o jogo em “pause” para respirar e deixar a minha pulsação voltar ao normal. Não imaginam a tensão que nos traz este título em missões verdadeiramente alucinantes.
Continuando pela campanha, vamos assumir uma equipa chamada Task Force 141 e que será constituída por; sargento Gary Sanderson, Joseph Allen, Ghost e por último, Soap MacTavish, considerados como os melhores soldados do exército norte-americano.
Após um pequeno tutorial onde iremos ser nós a mostrar aos outros soldados como utilizamos as armas, passamos logo à acção. A acção, bem… É algo que me deixou em êxtase. Em todos, repito, todos os momentos são importantes para o desfecho final. Por um lado a nossa prestação individual será importante para o bem da equipa, por outro, não estamos sozinhos nesta guerra, pois a companhia dos nossos camaradas será muito importante. Certo é que em tempo de guerra, não se limpam armas e neste título não dá para pensar muito. A ordem é para atacar e cumprir com os nossos objectivos.
O movimento dos nossos inimigos é de tal forma que por vezes damos por nós à volta, com a preocupação de descobrir de onde é que as balas surgem, principalmente na favela do Rio de Janeiro. Aqui dou um sinal positivo, não só da forma de como foi recriado todo o cenário, como a colocação do inimigo. Ou estão plantados nos telhados ou surgem pelas janelas ou simplesmente no meio de tanto “beco” nos atacam de frente utilizando a força corporal. Simplesmente brutal! Mais, a maneira de como acaba é de uma inteligência significativa e a produtora está de parabéns, só mostra que tudo foi pensado até ao último pormenor. Este é um cenário entre muitos. Por exemplo, a fuga nas montanhas do Cazaquistão é outro ponto interessante onde a corrida e a velocidade entra em destaque e mais não digo.
Se a campanha é aliciante, curta é certo, vamos ter a possibilidade de experimentar uma das novidades em Modern Warfare 2, o modo Special Ops. Aqui o jogador terá um conjunto de missões em modo co-op (cooperativo) em offline ou online. Em offline, na companhia de um amigo, o ecrã será dividido, mas no online, a conversa é outra e a jogabilidade acaba por ser bem diferente, pois cada jogador terá o seu próprio ecrã. Mas nem tudo fica por aqui. Também existe a possibilidade de jogarmos a solo, mas em algumas tarefas é algo impossível, pois exige-nos a colaboração de mais um camarada. Vamos ter vários objectivos e tarefas em que por exemplo será a eliminação de todos os inimigos presentes no cenário, passar por exércitos sem sermos vistos ou simplesmente proteger os soldados pertencentes ao nosso pelotão, mas tudo isto com um limite de tempo. Consoante a vossa prestação, no final de cada missão será atribuído um total de três estrelas. Ao todo, neste modo, temos sessenta e nove estrelas para conquistar num conjunto de vinte e três missões, divididas em cinco grupos (Alpha, Bravo, Charlie, Delta e Echo). Claro é que para tudo isto, vamos ter a opção de escolher três níveis de dificuldade. Special Ops, vem assim dar-nos uma lufada de ar fresco, pois o hábito é acabar a campanha e “ir de “gás” para o modo online, a componente mais forte deste título.
Sobre o online, não tenho palavras para descrever tudo de bom que este jogo nos traz. Aqui, a produtora e editora podem esperar por um sucesso em tempo ilimitado. A própria comunidade de jogadores já aderiu à “febre” e no que toca à minha pessoa, considero-me já com a “gripe MW2”. Em relação ao título anterior, podem esperar por cenários maiores e bem mais retratados, armas novas presente e para desbloquear, perks novos e um prestige mais longo. Ou seja, tudo é maior com o objectivo de levar o jogador a jogar, jogar e ainda jogar cada vez mais. Com um estilo “shoot and run”, a mecânica torna-se intuitiva, pois o realismo é brutal. E adiantando já uma das novidades é que ao atingirmos o nível 19, vamos ter a possibilidade de trocarmos a camera da primeira pessoa para a terceira pessoa.
Quem gosta do estilo Ghost Recon, tem aqui uma grande oportunidade de jogar na terceira pessoa, e que para mim é uma excelente opção. Um pormenor que para muito é mais um, mas que para mim torna uma experiencia muito mais interessante. Hábitos são hábitos e até nesse ponto a produtora pensou. Há coisas do “catano”…
Para quem já esta habituado ao sistema, a passagem para o próximo nível será mais fácil. Para todos que iniciam esta nova aventura, podem contar com a possibilidade e criar num total de cinco classes. Em cada uma vamos poder escolher uma arma principal, uma secundária, o tipo de granadas a utilizar, os perks, killstreaks e por ultimo os Deathstreaks (autênticos bombardeamentos) e mais não digo! Para além disso, vamos ter a possibilidade de escolhermos algumas curiosidades com logótipos ou símbolos e ah… Portugal não foi esquecido!
Neste modo ainda, posso revelar que ao todo temos à nossa disposição um total de dezasseis mapas em diversos modos de jogo. Certo é que no GroundWar o limite de jogador por cenário é de dezoito ou seja, este modo leva ao máximo o limite de jogadores permitidos em cada guerra.
Para concluir o capítulo online, afirmo que toda a experiencia sentida em Modern Warfare acaba por ser pouca, visto que nesta versão a experiencia é a dobrar, triplicar, quadruplicar, enfim, uma sensação de grandiosidade, não só a nível de cenários, armas, perks ou mesmo em modos de jogos.
Se apliquei umas dezenas de adjectivos positivos às três vertentes deste título, irei certamente empregar mais uns no que diz respeito ao capítulo técnico. O seu grafismo é de tal forma detalhado que até arrepia. Os efeitos de luzes, as animações até ao próprio layout das personagens estão brutais. Todos os objectos dos cenários são interactivos, tornando uma experiencia fantástica, principalmente em ambientes mais fechados como é exemplo mais uma vez a favela do Rio de Janeiro. As animações das personagens sincronizando com as suas falas estão fabulosas e a movimentação em pleno estado de guerra no manuseamento das armas estão sublimes. Não só as granadas e as armas de grande porte reagem com normalidade, como as pequenas armas de fogo ou armas brancas tem uma realidade absoluta.
Já a jogabilidade atinge o limite de tudo o que há de bom num jogo tipicamente de guerra. O nosso soldado tem um comportamento real, não só na sua deslocação a pé ou a correr. Não só com uma arma pequena ou de grande porte.